Monday, October 01, 2007

Meu Deus me conceda

Conceda-me Deus a sua paz;
Não para meu conforto, mas para que eu possa
multiplicá-la;

Conceda-me Deus a sua luz;
Não para meus caminhos, mas para que eu possa iluminar
os caminhos dos outros;

Conceda-me Deus a sua alegria;
Não para meu sorriso, mas para que eu possa contagiar
outras pessoas;

Conceda-me Deus o seu carinho;
Não para que eu o exteriorize somente em meu lar, mas
que possa lidar melhor com outras pessoas;

Conceda-me Deus a sua força;
Não para que eu seja um vencedor, mas que eu vença
fazendo ao meu lado muitos vencedores;

Conceda-me Deus a sua prosperidade;
Não para que eu me farte sozinho, mas para que eu
possa gerar mais oportunidades para quem tem vontade;

Conceda-me Deus a sua saúde;
Não para meu conforto egoísta, mas para que assim
possa veicular todos os seus bens a outras pessoas,

Conceda-me Deus o seu amor para que eu seja sábio em
minhas colocações, doce em minhas palavras, sutil em
minhas energias e lúcido em minha consciência a fim de
ajudar a quem necessitar e que atravessar o meu
caminho.


Meu Deus como ouso eu escrever-te esta carta quando de
Ti tanto duvidei e ainda por vezes duvido embora não entenda
o Universo sem Ti. É certo que de Ti, ou dos teus mensageiros
(Abraão, Moisés, Boudha, Jesus, Maomé), retive o que norteou
e norteia a minha vida: “Não matarás”, “Que aquele de entre vós
que não cometeu pecado lhe lance a primeira pedra” e “... perdoai
as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tenha
ofendido...” e, sobretudo, que o Amor é a essência da vida!
E é por isso, Jahvé, que ouso escrever-Te. Faço-o porque,
confesso, estou perplexo, revoltado e perdido. Se Tu és único,
e por isso necessariamente o Pai de todas as criaturas, independentemente
da crença que professam ou não, como entender que
todos os apologistas do ódio, da guerra e da exclusão, independentemente
da crença que professam ou não, ousem sem vergonha
invocar permanentemente o Teu nome para justificarem os
seus crimes, a sua ganância e o sofrimento que infligem aos seus
irmãos? Dir-me-ás que sempre assim foi...mas será que teremos
de continuar sempre nesta senda absurda, intolerante e mortífera?
O “olho por olho, dente por dente” está-nos a deixar a todos cegos
e desdentados...Recuso-me a aceitar-Te como qualquer “deus”
menor, vingador, castigador e sectário...
Allah o que poderemos nós fazer, nós, simples poeiras
efémeras, para que todos na Terra e no Universo entendam que
só há um caminho para acabarmos com tanta loucura: o Amor,
outro dos teus Nomes. Tu que és Luz, será que conseguirás acabar
com todos os fundamentalismos e terrorismos? Será que a Tua
centelha sagrada perfurará a muralha empedernida de estupidez
e de indiferença assassina presente em tantas mentes tacanhas e
cegas que ainda não sabem o que é humildade e sensibilidade? Se
as próprias galáxias são poeiras no infinito Universo, que crias em
permanência, será que esses inconscientes que são menos que átomos,
assim como nós todos, se deixarão iluminar por Ti? Ainda
haverá esperança? Quantos milhões de anos luz até que Tu, a Luz,
os penetres e retires, e nos retires também!, das trevas?
Tu, O Inacessível, que tantas vezes procuro na dor das guerras,
da fome, dos campos de refugiados...serás mesmo inacessível
ou sou eu que não te sei encontrar porque emaranhado nas minhas
contradições, nos meus medos? Será que só és O Invisível porque
não Te queremos ver? Permanentemente mergulhados no horror
ou nas névoas das nossas mentiras e ilusões estaremos condenados
à cegueira e à desorientação perpétuas?
Tu, porque não te imagino de outro modo, que és Compaixão,
Solidariedade e Ponte de Diálogo entre todos os teus filhos,
nós todos, como é que te sentes há milénios perante tanta
barbaridade? Será verdade que tudo isso é só teatro, ilusão e
sonho? Será verdade que todos os terrores e atrocidades a que
diariamente assistimos são indispensáveis ao nosso desenvolvimento
espiritual colectivo da mesma maneira que só a escuridão
dá sentido à luz? Será que um dia farás que acordemos e percebamos
que todo esse não senso era só encenação? Será que a morte
é o acordar, o renascer...? Andamos todos equivocados e daí a
minha desorientação?
Tu, o Grande Arquitecto do Universo, como consegues
manter o equilíbrio, a serenidade? Porque és o único verdadeiro
sábio, conhecedor e fazedor do princípio e do fim, o alfa e o ómega
da nossa caminhada aparentemente sem nexo. Sim porque só Tu,
o Inalcançável, sabes donde viemos e para onde vamos. A nós restam-
nos as suposições, as frustrações, os desejos, as crenças...
Só Tu, que és a única e verdadeira Força, o coreógrafo da
valsa das galáxias, entendes o que a harmonia e a beleza encerram
e pretendem. Para mim são necessariamente o objectivo último
da Humanidade para o qual tanto gostaria de poder contribuir
com a minha pincelada. Será? No Outono da minha vida, sem
certeza nenhuma de alcançar o Inverno letárgico, ou revigorante,
estou, meu Deus, cheio de dúvidas e de medos para o Mundo,
para os meus, para mim...Mais do que nunca sinto-me uma inexistência...
Olho para a montanha que me reservaste para subir e receio
já não ter forças para escalar o que me resta ainda vencer e ter assim
uma possibilidade de chegar ao arbusto ardente, a Ti.
Se não conseguir garanto-Te que tentei e continuarei a tentar
até ao último dos meus suspiros pois, como sempre me ensinaste,
e acredito, “o que tem de ser tem muita força”. Tu tens que
ser. Se assim não for já nada tem sentido para mim e terei vivido
uma falácia. Não pode ser!
Desde aquele dia, na Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém,
em que não me senti merecedor de um sinal que me enviaste (assim
hoje creio) e por isso, descrente, Te pedi confirmação (o que
evidentemente não me concedeste), que me julgo indigno de Ti.
Não estava preparado. Mais uma vez, pecador, nesse dia duvidei
de Ti, da tua força, duvidei de mim e do meu merecimento.
Só espero que no fim dessa minha permanente andança pelo
mundo, onde tento apenas ser um bombeiro que distribui umas
gotas de água (a pressão na mangueira é quase nula), esteja um dia
pronto para Te reconhecer se tiver a felicidade de Te encontrar.
Possa o arco em que me transformaste ter força suficiente
para que as acções e as preces que tem lançado se tenham aproxi10
mado de Ti. Se assim não foi é porque errei. A minha única defesa
será dizer: pelo menos tentei! Será?
Até esse momento derradeiro em que espero fundir-me em
Ti, e impregnar-me de uma ínfima parcela da tua sabedoria, faz-
-me entender este mundo que tanto me machuca e me tritura.
Para tal eis-me aqui pronto para beber a taça de fel que eventualmente
me tenhas destinado. “Caminho plano não leva ao céu...”
diz a sabedoria popular.
Dá-me então forças para continuar a subir a montanha e
um dia ter a suprema felicidade de beber uma taça de mel e leite
contigo.
Tenho pois que continuar a subir a montanha...
fernando nobre
[ cirurgião e fundador da AMI ]

Alguem me ensinou nos ultimos tempos que quando todas as janelas se fecham, desde que a da esperanca esteja acesa, tudo ainda vai a tempo de ser corrigido, e tudo vai a tempo de ser conquistado.

Deus mandou-nos a Terra nao para sermos infelizes antes pelo contrario para sermos muito felizes, para aprendermos e evoluirmos, se tiver de ser pela dor, pela dor sera, ate porque o ser humano aprende mais facilmente pela dor, infelizmente.

Obrigada Meu Deus por tudo que me das, por tudo que colocas no meu caminho, pela aprendizagem, pelo amor, pela minha familia e amigos, pela Luz, pela Abundancia, por tudo.

Se a coisa que nunca duvidei na vida foi de ti Meu Deus e teus mensageiros.

2 comments:

eu said...

Chorei ao ler-te...Obrigada por este momento

Bj
Sonia M.

Ana said...

Ola ,

Minha querida estas no meu coracao sempre, esta semana esta no bem bom eheheh aproveita bastante carrega as tuas baterias para um curto espaco de tempo....

Aquilo que aqui mencionei eu e Fundador da Ami que e um ser humano extraordinario e a mais pura das verdades ...faz bem a alma lavar e seguir ate que nos seja possivel.